Cirurgia Bariátrica: saiba como a robótica auxilia no procedimento que é muito comum entre as mulheres

A obesidade é um problema que atinge uma grande parcela de pessoas no mundo todo – de crianças a adultos. E, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), hoje o Brasil conta com 57% de mulheres e 50,5% de homens com sobrepeso no país - um crescimento de 26% nos últimos 10 anos – de 42% da população em 2006 fomos para 53% em 2016. Em paralelo a isso, e o mais agravante, é que houve um aumento de 60% no número de obesidade considerada severa (IMC > 30).

Segundo o Prof. Dr. Fábio Thuler, especialista em cirurgias digestivas robóticas, em muitos casos, a cirurgia bariátrica pode ser uma opção de tratamento, principalmente para as mulheres, que representam uma parcela maior com obesidade. “Atualmente, a maioria dos pacientes de cirurgia bariátrica é do sexo feminino, entre 35 e 50 anos – isso corresponde a 70% dos procedimentos”, explica. Os motivos? Normalmente, o desejo de cuidar da saúde, aliado às questões estéticas – embora esse tipo de cirurgia não seja estética.

Para explicar como a robótica pode auxiliar nesse tratamento, é necessário entender primeiro o que é a cirurgia bariátrica e quando ela é indicada. De acordo com o especialista, a também chamada de “cirurgia de redução de estômago” começou com o objetivo de facilitar a perda de peso para pacientes obesos. No entanto, é importante ressaltar que hoje, seu maior benefício está nas alterações hormonais e metabólicas que provoca, e que permitem não só o emagrecimento, mas também maior qualidade de vida. Esse tipo de cirurgia é indicada para pessoas com IMC > 35, que tenham outras doenças associadas à obesidade, e pessoas com IMC > 40. A cirurgia bariátrica também é uma das principais opções de tratamento eficazes para a diabete em pacientes obesos. “Para pessoas que apresentem quadro com obesidade e diabetes, a cirurgia já pode ser feita para casos selecionados, mesmo que o IMC < 35”, afirma o Prof. Dr. Fábio Thuler.

Robótica X cirurgia bariátrica -> Assim como qualquer outra cirurgia, a bariátrica também apresenta alguns ricos – neste caso, os mais específicos são as fístulas (possíveis vazamentos nas costuras), obstrução intestinal e sangramento. Mas, quando falamos na cirurgia robótica, esses riscos caem a quase ZERO. “Em centros especializados, os riscos já são muito baixos – de 0,1 a 0,5%; além disso, com a tecnologia robótica o procedimento se torna muito mais preciso e menos invasivo, o que favorece a realização cirúrgica e a recuperação do paciente”, explica.

Mas, também vale ressaltar que a escolha da técnica para a cirurgia e a mudança dos mas hábitos pós-procedimento também determinam os resultados.

No Brasil, a técnica mais utilizada é a do Bypass gástrico, mas a gastrectomia vertical tem ganhado cada vez mais espaço entre médicos e pacientes – esta segunda e considerada mais rápida e tão segura quanto a primeira. “Neste caso, não é feito o desvio dos alimentos pelo tubo digestório. Ao remover uma grande porção do estômago (de 75% a 80%), isso favorece o esvaziamento gástrico rápido e a alteração dos hormônios duodenais e intestinais. Além disso, reduz a quantidade de grelina (hormônio da fome), que favorece a redução de peso”, esclarece Fábio.

A combinação da medicina com a tecnologia é o melhor avanço, não só quando o assunto é obesidade, mas muitas outras questões que envolvam a saúde e bem-estar.