Medicina Robótica

Foi-se o tempo em que era preciso grandes intervenções durante uma cirurgia. Com a chegada da robótica, a medicina deu início a uma fase de grandes transformações. Prova disso é o Prof. Dr. Fábio Thuler, especialista em cirurgias digestivas robóticas, desde 2012 na área, que é referência mundial no assunto. No total, o Brasil teve mais de 4 mil procedimentos realizados em 2016, sendo metade deles, feitos em São Paulo, onde o médico atua. Com mais de 10 cirurgias realizadas com a tecnologia robótica por mês, Fábio realiza procedimentos dentro e fora do país e ainda é responsável por programas de treinamentos profissionais na área.

O primeiro robô chegou ao Brasil em 2008, com o sistema atual Da Vinci Surgical System (aprovado pelo FDA em 2000) e, desde 2012, essa escala de procedimentos realizados com o uso da alta tecnologia não para de crescer. Por isso, se você ainda não ouviu, com certeza vai ouvir falar sobre as chamadas “cirurgias robóticas” - realizadas por meio de robôs, elas garantem alta precisão e são minimamente invasivas.

Mas, como funciona de fato uma cirurgia robótica? Com tecnologia de ponta, os robôs oferecem um mecanismo que permite uma cirurgia minimamente invasiva e com muitos benefícios, inclusive, estético. Durante o procedimento, o robô é controlado pelo cirurgião através de um console que executa os movimentos com exatidão por meio dos quatro braços do robô – e conta ainda com um dispositivo capaz de filtrar eventuais tremores das mãos do médico. A alta precisão também é garantida pelas imagens em alta definição (Full HD) e 3D, ampliadas em até 15 vezes. “O fato de ser menos invasivo e muito mais preciso, garante segurança e conforto para o paciente durante e após a cirurgia, pois garante cortes muito pequenos, menor tempo de internação, e recuperação muito mais rápida, sem grandes cicatrizes, com retorno às atividades físicas precoce e menor sangramento; além disso, é muito benéfica para os profissionais, pois o cirurgião tem movimentos mais controlados e precisos e um visão melhor da região a ser operada”, explica o Dr. Fábio.

Quando comparada às cirurgias tradicionais, as “abertas”, como são chamadas, não possuem tecnologia envolvida e a laparoscopia, embora tenha tecnologia, ainda possui algumas limitações, como o fato de não impedir totalmente um possível tremor das mãos. “Os avanços são enormes, principalmente em cirurgias mais complexas, como cirurgias oncológicas, reoperações, obesidades extremas e cirurgias longas; quanto mais delicado o procedimento for, melhor para o robô; ele atende perfeitamente essa necessidade”, explica Fábio Thuler.

Dentre todos, os dois mais difíceis de tratar são os cânceres de fígado a pâncreas. “Nestes casos, a cirurgia robótica é ainda mais indicada; pois são cirurgias mais complexas e que necessitam de um cuidado e precisão ainda maiores. Assim como casos de reoperações, em que o paciente já passou por cirurgia anteriormente no mesmo local, e o organismo está mais sensibilizado”, afirma o Prof. Dr. Fábio Thuler.

Quando comparada às cirurgias tradicionais, as “abertas”, como são chamadas, não possuem tecnologia envolvida e a laparoscopia, embora tenha tecnologia, ainda possui algumas limitações, como o fato de não impedir totalmente um possível tremor das mãos. “Os avanços são enormes, principalmente em cirurgias mais complexas, como cirurgias oncológicas, reoperações, obesidades extremas e cirurgias longas; quanto mais delicado o procedimento for, melhor para o robô; ele atende perfeitamente essa necessidade”, explica Fábio Thuler.

E, se na medicina é preciso se atualizar constantemente, quando falamos em tecnologia robótica, essa regra é ainda mais importante! Para aplicá-la à gastroenterologia é necessário, além da formação cirúrgica tradicional, um treinamento específico, certificado pela empresa Intuitive, que é responsável pelos robôs. Atualmente, o Prof. Dr. Fábio Thuler, que já é especialista no assunto, atua também como Coordenador do Programa de Cirurgia Robótica do Hospital São Luiz Morumbi, rede D’or, e Coordenador do Barilap – Programa de treinamento em cirurgia bariátrica e metabólica. Por isso, viaja o Brasil e o mundo para dividir conhecimento sobre a cirurgia robótica e todas as suas técnicas com outros profissionais da área.

Entre as principais cirurgias robóticas realizadas hoje, estão: a cirurgia oncológica do aparelho digestivo (intestino, estômago, esôfago e pâncreas), cirurgias da área de urologia (próstata) e cirurgias ginecológicas (endometriose e histerectomia). “Outro benefício da cirurgia robótica é que ela pode ser realizada em praticamente todos os tipos de cirurgia digestiva, a menos que o paciente esteja em situação muito grave clinicamente. Mas, cada caso tem que ser avaliado para definir a indicação”, explica o especialista.

Embora ainda não sejam a maioria das cirurgias gástricas realizadas, a aposta é que nos próximos anos seja notado um aumento significativo do número de cirurgias robóticas e uma evolução ainda maior nos softwares de interface entre o robô e o cirurgião. “A expectativa é que a tecnologia esteja cada vez mais presente nesse processo, e isso vai permitir que o cirurgião tenha informações em tempo real para tomar as decisões com ainda mais segurança durante a cirurgia; o que garante mais segurança e facilidade principalmente no processo de recuperação do paciente” completa.

A robótica é mesmo o futuro da medicina. E, ao que tudo indica, as conquistas serão cada vez maiores quando a assunto é saúde. “É uma revolução na forma como vemos a medicina e como ela é capaz de interferir na vida de cada paciente; realizar uma cirurgia hoje, não precisa mais algo tão temido, é uma conquista para todos”, finaliza o Prof. Dr. Fábio Thuler.